domingo, 24 de maio de 2015

Será?

Será?
Uma fagulha é necessária para desencadear o incêndio nefasto e sem proposito. Um turbilhão de sensações que facilmente põe abaixo à muralha edificada. Questionamento não supre qualquer raciocínio-logico e abstrato do momento. A dor descabida por alimentar algo tão raso e distante. A necessidade ali empregada fomenta o sentimento aniquilado por Fantasias, sonhos e pensamentos. Energia desperdiçada por achar que seria melhor ou não. Será ou seria? Mas o que é, sim, o presente “é” distante da realidade conquistada com suor diário. A luta desigual travada por um flagelo perante a toda uma estrutura maciça inabalável. Só resta gotejar em sumiços, covardia e exilo. A covardia é nítida e terapêutica, sua posologia trás na prescrição a forma mais vil de se vencer a dura batalha. A pífia fuga sempre retrata para o protagonista a sensação de vitória, que, em momento algum foi uma batalha. Já o Antagonista, sem saber do que passa, assiste boquiaberto a mutilação da subjetividade do companheiro teatral.
Nada se faz e Muito se pensa... mas se pergunta, será? Todos movimentos repetitivos viraram atração teatral ao longo do tempo... mesmo esse Monólogo agora é de certa forma uma parte do Todo. O ambiente traz os amigos como plateia na função de apedrejar a Antagonista, pois toda confusão sempre é inventada, maquiada e arquitetada minuciosamente pelo protagonista. Muito fácil deteriorar outrem que se quer sabe que participa da peça teatral. Toda formalidade da bisonha atitude ilusória e infundamentada trás mais uma vez um desgaste boçal. As entranhas desgastadas agora sabem do odor da farsa.
Alertas são disparados. Agora parece não ser mais será. Mas pergunto, será?
Toda plateia agora ao saber dos subterfúgios de pura “marotagem” do protagonista já não caem em sua lábia teatral. As pedras são deixadas do lado de fora e vaias contundentes direcionadas para aquele que se julga inocente e fraco para as andanças amorosas. O tempo revela que não foi e não será... mas sim, “é”, desprovido de realidade e acorrentado nas amarras da fantasia rasurada numa juventude não experimentada, que apenas fora vislumbrada nas telas hollywoodianas.
Cansado das repetidas cenas de grotescuidade e pouca inovação na cenário, o zelador senta na primeira fileira e assiste friamente o protagonista esbravejar um “inovador” discurso. Com uma total ausência de plateia, o protagonista pretende discursar sobre um novo antagonista. Antes de esbravejar o sonoro “será”, ele para e reflete. Não há uma alma viva no teatro, apenas o zelador que o encara fixamente. É uma boa hora para refletir...
Ora bolas, houvera em algum momento alguma antagonista nessas Estórias? Houve de fato atos para que um verdadeiro roteiro fosse transcrito e com isso o teatro pudesse erguer as cortinas para que a plateia degustasse toda beleza da arte romântica?!
Apenas negativas encontradas... Lágrimas revelam aquilo que nunca soubera. Em nenhum momento houve algo. Cansado das tripudias e fracassos recorrentes, o protagonista pergunta pra o zelador:
- O Que o senhor acha que devo fazer para ter uma verdadeira peça teatral?
Zelador responde: - Ou caga, ou sai da moita
Nada mais fora dito naquela noite fria...

sábado, 14 de março de 2015

Escadarias parte 2

Mazela premeditada pelas andanças
A busca do passado saboreia o amargo
Fortalecido agora de fétidas lembranças
Afago verdadeiro, repúdio reservado

Na primeira escadaria  outra atmosfera
Perturbação sim, constrangimento delineado
Agora na segunda nada mais se espera
Desprezo do dia que houvera um tratado

Natureza do momento acolhe a verdade
Nem se quer  alimenta atenção
Tempo desperdiçado na boa caridade
Houvera interesse e muito tesão

Transitório como a vida de uma pétala
Um sussurro alinha os erros do passado
Sabor de não viver na forma abjeta
Escadaria solidifica finalmente o aprendizado

domingo, 25 de janeiro de 2015



Pensamentos longínquos e incontroláveis
Desdém alimentado por uma nobre fragilidade
Aceitável e patético, porem desconfortáveis
Dissonância perante tamanha mediocridade

O deboche não faz sentido, é negligente
As risadas amplificam uma tortura desvairada
No dia da colheita, vejo os louros da semente
Sua linda função é alimentar a fétida caçada

Um dia o que fora risada hoje se torna piada
A soberba erguia uma redoma algoz
Outrora situações rendiam boas gargalhadas
Do sujeito covarde da vestimenta feroz

Medo da derrota ao enfrentar simplicidade
Audaz era protegido pela flor do ímpeto
As vestimentas escondiam a nobre verdade
Jamais se engana quando o caráter é límpido

Muralha desmorona se degrada pelo tempo
Os infelizes compram o “aqui se faz aqui se paga”
Vileza se vai em cores calejadas pelo sentimento
Restando ao sujeito a risada que se tornou piada