domingo, 28 de outubro de 2012

Jornada sem fim, Segundo Discurso


Calor de aquecer a caldeira do inferno
Fiquei ali, cozinhando no que fazer
Uma ligação! Um suspiro interno
Irei ligar, já que não consigo esquecer

Mão tremula e coração pulsante
Cada toque da chamada uma sensação
Atende! Não Atende! Vontade de cada instante
Esperança renovada em cada toque, até entrar a gravação

Não quis me atender, não quis me ouvir, não quis me entender
Não quis ao menos escutar a voz que realmente se importa
Mesquinharia de estar em confortável posição sentimental

Não me retornou, apenas ignorou, e o inferno me cozinhou
Fiquei lá no calor, estagnado e martirizado
Até que a ultima lágrima evaporou...

sábado, 27 de outubro de 2012

Jornada sem fim, Primeiro discurso


Respiro e sinto o vento me levar
Busco a imagem apenas em um local
Caminhada longínqua, mas conseguir chegar
Bar misterioso, escuro sem igual

Cinco passadas são suficientes para ver
O que o coração tinha medo de enxergar
Tamanha perfeição que me faz esquecer
O verdadeiro sentido de navegar

Vejo você e você me vê, te cumprimento
Não falo nada com nada, apenas contemplo
Cada segundo é uma eternidade

Doce amargura de não poder abrir o jogo
De entornar do copo todo pensamento enfadonho
Dizer que gosto de você, dizer que gosto de você

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Devaneio no dedo, terceira anotação


A busca de si mesmo é sempre frustrante
Improvável o encontro tão desejado
Não saber quem realmente sou
Pronto para receber o sono eterno

sábado, 20 de outubro de 2012

Devaneio do dedo, segunda anotação


Na beira do penhasco esbravejo
“AH, o que direi aos meus queridos  filhos e netos?!
Da espada ao fracasso, do fracasso a vergonha
Petrificado ao ver os dias passarem sem fazer nada”

Com lágrimas nos olhos grito dessa vez
“Quanta delonga pode ter uma pessoa favorecida
Quanto pessimismo atrelado a si mesmo
Quanto sentimento enfadonho”

Corpo inclinado, apenas falo com tom da derrota
“Meus queridos, poderia ter sido mais e não fui
Meus queridos, perdão...”

Agora sussurro lentamente enquanto meu corpo cai
“Perdão por vocês não terem nascido, meu caminho foi sempre vazio
Só tenho o amargo abismo e a doce morte”

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Devaneio do dedo, primeira anotação

Sentimento de eternidade para o futuro é balela
Eterno é o que se vive agora,
A maior balela é prometer sentimento de eternidade a outrem
Sentimentos morrem, o fogo apaga,
Restando apenas delongas, devaneios e traição