segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

[Sociedade] Peripécias de Ineb, Parte II


Ineb aproveita a sombra de uma árvore e começa a indagar sobre os seguidos fracassos, reclamando e questionando de forma agressiva. Parecia um lamento sem fim, o fim da encruzilhada. O ambiente ficou pesado e insuportável, algumas plantas morreram, pássaros incomodados voaram para longe. Ineb, não estava percebendo que sua energia negativa estava contaminando a mais pura natureza.

Uma voz tomou conta do momento. Assustado, Ineb ergueu a espada!

Quem é?! Esbravejou Ineb

Um vento cinzento deu cor ao ambiente, e revelou o velho que Ineb havia conhecido no lago.

- Você novamente? O que quer comigo?! Ineb de forma agressiva

O Velho abaixou o chapéu, deu uma risada.

- Responda, ou irei te matar? Gritou Ineb

-Eu não ligo, pode me matar! Desdenhou o Velho.

Ineb abaixou a espada, acalmou-se, e deu início há um diálogo.

- Tudo bem, mas me ajude dessa vez! Disse Ineb

- Da outra vez não te ajudei? Respondeu o velho

-Tudo bem, pode ter me ajudado, mas agora preciso de ajuda, minha vida está obscura, não consigo lidar com as derrotas. Suplicou Ineb em tom de choro.

- Ah, não consegue lidar com as derrotas meu jovem?! Acalme-se, todos perdem, por mais vitórias que tenha na vida, um dia chega sua vez de perder. Disse o Velho andando em círculos.

- Sempre conquistei tudo, mas não estou conseguindo dessa vez. Vontade de morrer é que tenho nesse momento. Disse Ineb com os olhos carregados de lágrimas.

- Pode morrer, eu não ligo. Sussurrou o velho.

- Porra! Peço sua ajuda, e assim que você me trata?

- Repito, pode morrer, eu não ligo! Exclamou o velho!

- Seja direto, me explique melhor isso! Suplicou Ineb

- Eu te conheço?! Eu gosto de você?! Você é importante pra mim? Questionou o velho

- Claro que não, você é apenas uma pessoa que me dá conselhos... Retrucou Ineb

- Existe alguém que goste de você? Indagou o Velho.

- Sim, claro, muitas pessoas gostam sim!

- Está aí a resposta que você tanto procura. Se você morrer, pra esse velho que está agora na sua frente será indiferente, eu não me importaria, não te conheço e não gosto de você. Mas para aqueles que te cercam de carinho e realmente te amam, você irá fazer muita falta.

Como uma flecha de luz, Ineb ficou perplexo com as palavras, a reflexão foi tão profunda, que lágrimas foram derramadas em sua face e a natureza voltou a respirar. Após esse momento de glória, Ineb joelhou-se e pediu perdão por ter deixado pensamentos negros alimentar sua mente. Ao abrir os olhos novamente, o velho desapareceu novamente.

domingo, 27 de novembro de 2011

[Sociedade] Peripécias de Ineb, Parte I


Ineb, andando em uma floresta cinzenta, encontrou um lago pelo caminho. Ao observar o lago, duas imagens de grande impacto que o deixaram paralisado. As lágrimas brilhantes demonstravam muitos sentimentos, ele não conseguia se mexer, parecia estar petrificado. Sons distantes, aves gritando, um velho sem face aparece e aborda Ineb,

- O que te aflige meu caro, disse o Velho,

Finalmente Ineb se mexeu e disse,

- Duas fortes imagens me congelaram

O velho pegou o cachimbo, deu uma respirada e explicou:

- Ao ver o reflexo desse lago, você materializa seus pensamentos. Ele está em demasia nebuloso... aposto que viu um caminho em iluminado e outro bem escuro e lhe digo mais, aposto que irá escolher o escuro.

Ineb ajoelhou-se e começou a chorar... após os soluços, lágrimas e um drama ele suplicou por ajuda. O velho disse:

-O pensamento capta uma imagem permanente, estranha e reveladora. De um lado, um caminho brilhante, claro, puro e alegre, mas esse não serve para os impacientes, insensíveis e possuidores de um lado altamente obscuro. O outro lado seria o cinzento, negro, amargo, tenebroso e fétido, muito bom para aqueles que desistem do caminho brilhante.

-Tentador né? Completou o Velho

- Você pode me ajudar ou não? Perguntou Ineb

O velho esboçou um sorriso, deu dois passos para a direita, ergueu a cabeça e disse:

- Não existe ajuda para os covardes, nem para aqueles que se escondem em seus fracassos, e muito menos para os tolos que não dão o valor a própria vida. Quer-se algo então lute. Queres algo? Então lute. Tens fome? Coma. Queres viver, viva.

- E digo mais, não fique na escuridão alimentando pensamentos e desilusões, a vida é como um rio, você acha que é sempre o mesmo, mas não é, outras águas o fazem correr em direção a foz. Agora seu merda, levante e pare de chorar, erga a cabeça, aponte a espada, coloque um sorriso em sua face, e lute por sua plenitude...

Como um vento de Outono, Ineb voltou a caminhar...

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

[Sociedade] Eternidade de um dia_Parte III



O sol brilha uma luz falsa, um caminho iluminado que queima e me faz sentir doente. Essa luz não me engana mais, até parece que ela quer me confundir, apresentar algo que não é verdadeiro. O desanimo de sempre, um vai e vem sem fim, fecho os olhos e abro a porta. Como o de sempre, saio do universo onde me escondo para entrar em universo mais escondido. A fuga é uma forma de não sofrer, porém a carcaça vai ficando cada vez mais oca e dolorosa.

O mesmo caminho sendo feito novamente, vejo meu reflexo no rio que corre. Parece que esse rio é o mesmo de todos os dias... Nunca muda, parece até a minha vida, a mesmice sem fim, sem cor e sem brilho.

Mais uma vez olho para o sol, penso em coisas boas, dou-lhe uma segunda chance, dessa vez vejo um brilho totalmente diferente. Assustado viro meu olhar para o rio e fico perplexo ao ver cores e formas, aquele rio chato e sem cor, agora tem vida.

A vida é o que enxergamos? Ou, é simplesmente, aquilo que queremos enxergar?