sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Bandoleiro, 1ª anotação

O bandoleiro vaga pela cidade
Contempla a sociedade devastada
Senta na calçada e lembra da mocidade
Onde sua formação ainda não fora molestada

Agora invadida por mediações do resultado
Na infância de outrora, podia caminhar e brincar
Anos se passam e o bandoleiro fica assustado
De bola e boneca, agora computador e celular

Não compreende aonde exploração começou
Hoje se estuda para estagiar e sonha em lucrar
Angústia do tempo perdido que se passou
Ensino superior, momento de se degradar

Acumula títulos para sonhada aposentadoria
Vida construída na competição e pavor
Sujeito que não aprende vira mercadoria
Mas se orgulha em dizer: "Caridade agrega valor"

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Mas não mais

Atabalhoado na escolha
Patético em profetizar o inexistente
Luzes negras
Ritmo voraz que suga  energia
De resto
Poemas e mais poemas em devaneios
Doce momento
Escritas perdidas, tentativa vulgar
Queria explicitar?
Não quer, não deveras tentar?
Mas o quê?
Não tem mais e mas,
De resto
O desejo transcrito fugaz
Quer mais?
Não, não quer mais...
Não queres mais o que?
Escolher jamais!
Mas?
Escolhido no escolher!

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Caminhada sem retorno

Está posto. Não se argumenta e tampouco se deseja,
Com a face constipada apenas segue em frente
Sussurrando em direção ao abandono da peleja
Nebulosidade daquilo que atormenta o inconsciente

Mais um passo. Não irá parar até encontrar o lugar
Sem titubear, pega-se analgésico, álcool e fósforos
Está tudo ritmado, chegou a tão sonhada hora de se matar
Corpo anestesiado e fogo ardente! Alma  límpida dos destroços