segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Excentricidade Azul



Pitoresco ao escrever bizarrices em versos
Sem muita delonga, explicitarei tal paisagem
Beleza Peculiar, Excêntrica em cada centímetro
Olhos azuis, Silhueta delicada, pele em neve
Rosto angelical que revela o mar e o céu

O mar grego já não é mais azul quando te vejo
O que dizer então do Céu Nórdico, não há mais cores

Quando entrei na sala, apenas enxerguei o azul Piscina
Páris ao nascer, ganhara de Afrodite A donzela mais bela da ilha
Sei que não quero uma ilha, apenas uma piscina para nadar
Afrodite não me presenteou com nada, e nem precisa
Pois a Piscina que encontrei, irei vislumbrar e mergulhar

Queria um dia poder contemplar tal paisagem excêntrica
Em um momento único, onde Céu e  Mar se unem em um imenso Azul
Mas, no olhar dos seus olhos tal imensidão perde importância
Contemplo todo seu azul, apenas seu olhar azul... 

domingo, 23 de dezembro de 2012

Ciclo em reta


Ele sabe a palavra
Ele a aprendeu com Ele
Sem traços ou mediações
Bebeu direto da fonte
E chegou a doce conclusão
Antes o obscuro da dúvida
Que a claridade da vergonha
Levanta-se enquanto abaixa-se
Se erguerá quando tudo cair
Ao seu nível tudo descerá
Então a única beleza surgirá
Essência e aparência serão uma
Tudo mais será desnecessário

sábado, 22 de dezembro de 2012

Caminhada Obscura, Quarta Floresta


Cada passo sinto mais próximo do precipício
A caminhada demonstra toda sua delicadeza
Com o raio de luz, tudo se torna claro e volto ao inicio
Cada passo chego a perceber toda incerteza

Mais uma vez, a rocha é depredada
Pensamento putrefato alimenta a desilusão
Águas que correm no rio revelam a caminhada
Amargurada e desencadeada sem  compaixão

Ode ao estado ruim se repete
No inicio do ano a cidade vizinha contemplava
De erros, por várias passei e aumentei a esquete
Até conhecer a camponesa atrapalhada

A vileza de não se auto suportar parece no esquema
Ano entra, ano sai... porém as mazelas não param
Apodrecidas em linhas tortas em forma de poema
Vilão, Solidão e Cansaço...coisas que sempre atrapalham

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

O menos é sempre mais


Armadilha em mim mesmo.
Deixei-me ser confinado pelo meu próprio alçapão.
Não, não quero mais me entregar as mesquinharias.
Não, não, não.
Chega, chega desse mundo e seus produtos.
Me recuso a aceitar isso tudo.
Quero somente o necessário.
Única e exclusivamente o necessário.
Onde foram parar os sonhos que construí?
O máximo em desapego, o máximo possível em desapego.
Não quero mais, não quero ir mais a esse encontro.
Quero a arte, quero outro encontro, quero a verdade.
Os seres humanos auto-suficientes e suas crenças.
O ódio em um único objeto e a felicidade em todo o resto.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Horas atrás


Observando diretamente a desconhecida
Penso nas mazelas que alimentou a desilusão
Sentimentos atrapalhados de forma apodrecida
Atropelando e destroçando a possível paixão

lefuet


Ele pondera
mostra opções
chama a ver
as tais feições
lembra do possível
do outro que não
hipóteses e ideias
tudo em suas mãos
bem perto e fácil
infinito ao alcance
trocar por isso?
incerteza?
mutilação?
tem certeza?
ainda há o não.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Ódio Caprino

Paralisado em ver o acontecimento
Tudo aquilo que fora sonhado, materializa durante o dia
Atormento fico agora em meio ao pensamento
Desprazer em ver teu rosto, tua voz e tua alegria

Desejo doloroso que não poderia ter acontecido
Desgosto em gerar sentimentos por você
Ao ponto que jamais queria ter conhecido
A desconhecida mineira que me faz sofrer

Certeza clara e limpa de que eu fiz foi natural
Nutrir o sentimento todos os dias foi o pecado
Jamais te ofendi, te perturbei e te fiz mal
Apenas tudo que aconteceu, deveras ser errado

Se é certo ou errado, agora não me importo
Queria apagar todas as lembranças sua da minha cabeça
Não te procuro, não te amo e suas desculpas não imploro
Desejo incontrolável  em abandonar toda dor da vileza

Quero te esquecer, apenas te esquecer,
Ao passo de toda dor ser destilada
Esperança errônea de nunca mais te ver
Ardor do incêndio, agora cinza apagada

domingo, 16 de dezembro de 2012

Winterschlaf


Ele agora repousa
há um peso sobre a tampa
não há som, não há luz
A respiração não se escuta
pensamentos não correm
uma pedra dentro do cesto
Ao fundo de um indeterminado
Todo o mais agora é cor
Sensação amplia-se como nunca
Ele em nada importa agora,
mas ainda está lá.

Caminhada Obscura, Segunda Floresta


O sol acorda e o Domingo convida para o de sempre
Desejo incontrolável de sucumbir em escuridão
Anestesiado de pensamentos me paraliso lentamente
Lágrimas preparam o caminho da desilusão

A caminhada é torpe e desconhecida
Sem vontade de prosseguir, o vassalo descansa
Flores cinzentas e paisagem encardida
Lágrimas revelam a dor da lembrança

Mudança radical é bem convidativa
O Sangue parece ser necessário
Ao som e mistério da despedida

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Caminhada Obscura, Primeira Floresta


Paisagem florida em pura euforia
Caminhada deturpada por pensamento
Feeling do momento que apresentaria
Sem entender o pesar do momento

A caminhada se torna obscura
O Estrondo já manifesta o desconhecido
Calor, frio, chuva e loucura
Ventos agressivos demonstram o acontecido

A paisagem se mistura com a anterior,
Assustando e questionando "a qual" será posterior

Turbilhão de sensações em uma caminhada curta
Cada dia a novidade distorcida
Paladar e odor da frescura
Lembranças em uma memória perdida

sábado, 8 de dezembro de 2012

Aliado Instável

Fragmentos de realidade sem sentido
As lajotas humanas estão empilhadas
A figura morna não sai desse espelho
A ambição me diz o que preciso fazer

A necessidade de existir a brincadeira
Simulo aquilo que ainda não vivenciei
A vida se torna apenas uma equação
A pedra emocional se torna a pluma

Reticências alheias não me perturbam
Voltando no tempo através da cozinha
A novidade constrói minha imaginação
Elementos externos da minha cognição

Recusando tudo que possa ser humano
O mundo interno se torna um turbilhão
O lugar onde estou é outra perspectiva
Acordo de um sonho que nunca existiu

Alheio a tudo que posso resplandecer
Não sou aquilo que refutei no passado
Desço ao degrau do misterioso arbusto
Quando a nave retornar eu te embarco

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

21 km


Palavras ditas, palavras escutadas
Por tudo que é mas não se deixa
Poesia e prosa na madrugada
Antes do coma, presto a queixa

A luta parece ser cada vez mais vã
Segredos, impressões e expressões
Tudo que nem apareceria no divã
Apenas dois, o silêncio e emoções

Ossos apertam o quente plástico
Falo aqui com a ferida exposta
Não há lógica e nem é prático
Mais um dia à espera da resposta

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Degradado

Agora, ela, a consequência
O assim erro fundamental
O intrínseco a essa consciência
O terceiro lado da pedra
O passo a passo sem pausa
De sobrepor o todo com um
De fazer de uma coisa a causa
De individualizar o universal
De transformar aquilo em mal

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Anverso Insólito

Percorro a estrada do apocalipse
O rosto assustado olha para o céu
A miragem sombria transfaz o ódio

Vozes estranhas em minha mente
A ação influencia minha natureza
A imagem se apaga da lembrança

Em busca de um novo princípio
A aliança continua entorpecida
A ideia permanece num projeto

A teoria inicial volta a prevalecer
Vejo a conexão entre as mulheres
Ninguém se obriga a me entender

A agressividade está em seus olhos
Personagens da minha construção
Confrontando objetos inanimados

Me tornando estranho no outro dia
Reinventando minhas controvérsias
As máquinas estão nos seus lugares

Eu estava no outro quarto do hotel
Enquanto ela suspirava na banheira
Me recuso em aceitar suas suspeitas 

domingo, 28 de outubro de 2012

Jornada sem fim, Segundo Discurso


Calor de aquecer a caldeira do inferno
Fiquei ali, cozinhando no que fazer
Uma ligação! Um suspiro interno
Irei ligar, já que não consigo esquecer

Mão tremula e coração pulsante
Cada toque da chamada uma sensação
Atende! Não Atende! Vontade de cada instante
Esperança renovada em cada toque, até entrar a gravação

Não quis me atender, não quis me ouvir, não quis me entender
Não quis ao menos escutar a voz que realmente se importa
Mesquinharia de estar em confortável posição sentimental

Não me retornou, apenas ignorou, e o inferno me cozinhou
Fiquei lá no calor, estagnado e martirizado
Até que a ultima lágrima evaporou...

sábado, 27 de outubro de 2012

Jornada sem fim, Primeiro discurso


Respiro e sinto o vento me levar
Busco a imagem apenas em um local
Caminhada longínqua, mas conseguir chegar
Bar misterioso, escuro sem igual

Cinco passadas são suficientes para ver
O que o coração tinha medo de enxergar
Tamanha perfeição que me faz esquecer
O verdadeiro sentido de navegar

Vejo você e você me vê, te cumprimento
Não falo nada com nada, apenas contemplo
Cada segundo é uma eternidade

Doce amargura de não poder abrir o jogo
De entornar do copo todo pensamento enfadonho
Dizer que gosto de você, dizer que gosto de você

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Devaneio no dedo, terceira anotação


A busca de si mesmo é sempre frustrante
Improvável o encontro tão desejado
Não saber quem realmente sou
Pronto para receber o sono eterno

sábado, 20 de outubro de 2012

Devaneio do dedo, segunda anotação


Na beira do penhasco esbravejo
“AH, o que direi aos meus queridos  filhos e netos?!
Da espada ao fracasso, do fracasso a vergonha
Petrificado ao ver os dias passarem sem fazer nada”

Com lágrimas nos olhos grito dessa vez
“Quanta delonga pode ter uma pessoa favorecida
Quanto pessimismo atrelado a si mesmo
Quanto sentimento enfadonho”

Corpo inclinado, apenas falo com tom da derrota
“Meus queridos, poderia ter sido mais e não fui
Meus queridos, perdão...”

Agora sussurro lentamente enquanto meu corpo cai
“Perdão por vocês não terem nascido, meu caminho foi sempre vazio
Só tenho o amargo abismo e a doce morte”

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Devaneio do dedo, primeira anotação

Sentimento de eternidade para o futuro é balela
Eterno é o que se vive agora,
A maior balela é prometer sentimento de eternidade a outrem
Sentimentos morrem, o fogo apaga,
Restando apenas delongas, devaneios e traição

domingo, 30 de setembro de 2012

Apóstolo Entorpecido


Transbordo as margens do absurdo
Escuto o som das paredes flácidas
Navego sobre o tapete de vento

Sou conduzido até o outro lado
Coloco a mesa para o meu mestre
Aceito suas canções sobre o infinito

A minha ambição quebrou a estátua
O extremo apropriado desse momento
A verdade compromissada desaparecera

Mas sou apenas um semblante efêmero  
Fugindo das sombras nas encruzilhadas
Me purificando das crenças no dia seguinte

Tudo em minha volta se tornou secundário
Preenchendo os imóveis com subjetividade
A percepção dúbia na contramão do mundo

sábado, 22 de setembro de 2012

Interlúdio romântico

Entre caminhos de terra e água
Entre a plenitude e o nada
O giro novamente apaga
De minutos contados à noite velada

Pensamentos dissolvidos por Morfeu
No algodão a única pele a corresponder
Esquecer de tudo que não ocorreu
A tarefa do silêncio é tudo dizer

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Abismo Impávido


Sou estereótipo inverso de mim mesmo
A reconstrução errônea desse parâmetro
A busca por alternativas de existência

Reinventando situações já vividas
A atuação retorna ao passado
O seu sorriso já não me diz nada

Tento entender a minha ambição
Mas me afogo nas minhas decisões
Adormeço sobre esse mar de velas

O espaço vazio se dissolve em sentimentos
Procurando afastar as convicções alheias
Mas a espera relutante nunca se encerra

domingo, 19 de agosto de 2012

Cachoeira de Rozan, ato I


Não procure em outra pessoa aquilo que você não tem, Não busque na outra pessoa suas necessidades mesquinhas e enfadonhas, Não pense que outro irá resolver seus problemas, pois o Relacionamento é uma matemática bilateral....

Pense antes de se entregar a outra pessoa, pense antes de falar, Não Pense antes de andar, talvez pense onde irá pisar e claro e mais importante: pense antes de amar...Mas se amar, deixe de pensar... Pense no que queira, mas não pense no que será.

Seja completo consigo mesmo... Ser é não ter, para viver não faz necessário ter algo ou outrem, mas sim apenas você.

E claro, não se desespere, sempre tem alguém querendo brincar na festa da sua vida.

Viva a verdadeira vida de todas, a sua vida!

domingo, 12 de agosto de 2012

Compêndio de sacadas sacais

De que me serve o amor se não amar?
Um espaço livre para guardar este vazio
Não posso pisar se não há chão
É na pele que se traça o arranhão
Açúcar de ontem não tira amargo de hoje
A ilusão não precisa de disfarce
Então, sirvo-me do grotesco.
Bebo o sólido cubo como vinho
Chego ao que é virtude
Não aqui; não se existe mais
Sim ali; pois se existe menos

sábado, 11 de agosto de 2012

Pela ponta errada


Conjuntos de blocos cinzentos
Seu falso verde não me engana
Até na beleza és pétrea e morta
És trabalho inacabado, apenas planta
Seu fim era, seu agora é
A única verdade é sua aspereza
Teu seco que corta sem pena
Que me tira as lágrimas
Que me dá as rachaduras
Mas não ache que lhe queiras molhada
A chuva só é boa a dois
E este é longe de ser o caso

Na verdade o caso não é esse mesmo
Se lhe culpo é porque perdi a conexão
Porque meu pensamento se desprendeu
Matéria e sensibilidade estão guardadas
Assim o real não é aquilo que é
Ou talvez não pareça o que é
E o tempo é manifestação de meu coração
E este não mais sente o que acontece
Apenas o que penso dos blocos
E aí, até um reflexo óptico é relativo
Assim como um conceito tem vida e morte
E a atmosfera  não me tem piedade

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Encontro Ludibriante


Espectros em mim, a sabedoria externa
O castelo se afoga em coisas tão simples
Em outra dimensão ela enxerga o pote

O saco plástico se transforma num cachorro
A menina do bambolê já não me olha mais
Rabisco o céu com as estrelas do meu sapato

Os raios de sol me atravessam em flores
Chegam até mim e me desfazem em plumas
Subo no meu cadarço, enxergo o horizonte
Volto ao lugar onde eu nunca mais estive

Minhas mãos estão repletas de sangue
Desfaço minhas teorias sobre a solidão
Acordo nessa ilha deserta e irracional
Foi apenas um lampejo de realidade

sábado, 4 de agosto de 2012

Mel das Pétalas


Espantado fiquei! Como pode existir tal paisagem?
Aquela que faz água mole sair da pedra dura
Explorando cada centímetro das montanhas curvilíneas
Inalando o doce cheiro dos cachos dourados
Contemplando todo o prazer em pura carne macia
No meio de duas pétalas entre abertas
A minha língua saboreia a mais prazerosa das fontes...

Saboreio diversas vezes o mel que escorre do ventre
Baunilha rústica, Taninos suaves, paladar agridoce
Movimento uniforme aquece, e com calor mais sabor
Saboroso riacho feito de um melaço sem igual. Ah! Como é esplêndido!
Involuntariamente sussurros e gemidos silenciam o local
Nada na vida é melhor que pétalas meladas do puro mel
Onde poucas abelhas poderão repousar teu favo

Aperto, tapas e mordidas nas montanhas curvilíneas
Experimentar a maciez do belo par de glúteos
Respirar cada centímetro de tal formosura sem medo
Por fim, lambuzar-se do local onde alimenta o herdeiro
Seios! Oh, nada mais lindo que saltitantes fartos seios!

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Lontra Errante


Ela disse que não alcançava mais
Aquela plantação inesperada
Soube que não mais dissera
O que nunca esteve por vir

Ela mora na cobertura dos meus sonhos
Em frentre às cartas da absolvição
Parada em frente ao obstáculo verde
Ela trouxe os livros de quem eu dizia

O ser cansado foi de encontro ao estorvo
Lá, onde o pássaro nunca dorme
Não há mais lugar para o feiticeiro

A mulher lamentou a mediocridade
Daqueles seres e suas pragas
O garçom conseguiu equilibrar o prato

sábado, 14 de julho de 2012

Sim


Lá vem de novo...
O poetinha inflamado
Soltando seus versinhos
De apaixonado por um balaio
Nada na frente, sem nada na cara
Mas dedos afoitos encebam o teclado quente

Agora aparece uma mulher
Ontem outra rima qualquer
Nada adianta, outra ideia
Seja lamento ou odisseia
Vai pelo mesmo caminho
Desde a rosa sem espinho
Da ratazana, do grave funkeiro
Do chefe que mistura dinheiro

Musiqueta para esquentar
Para semear o solo fértil
De ideias e devaneios cegos
De uma ideia sobre si sem igual
De um longo processo de enganação
De um eu que não sabe nada d'eu
De nada adianta falar
Deu-se mais uma vez a afirmar...

Daqui pra frente...
blablabla
blablabla
Nada com nada
Segunda será
Agora é passado
Certeza, certeza

Vamos ler, vamos aplaudir
O espetáculo está na tela
Não esqueçamos de curtir
Mais um retrato da miséria

domingo, 8 de julho de 2012

Covardia em Barcelona

Covarde, tu foras desonesto e roubaste,
Não só roubaste uma ideia, mas roubaste os louros
Contra ti, espertamente evitarei o errôneo combate
Sei que ainda a mim, o destino reserva diversos tesouros


Minha caminhada é serena, contínua e purificada
Teria vergonha se tivesse tal vida: desiludida, pífia e amargurada

Enquanto edifico com amizades na sinceridade
Tu constróis em pura pseudovida de superficialidade
Surrupiaste minha ideia,
Mas jamais conseguirás surripiar minha genialidade!

Não gastarei mais nenhuma linha com sua mediocridade
Tua cruz é maldita e pesada
ROUBA, ROUBA, ROUBA, pode roubar
Mas nunca será tão foda quanto a mim, ainda mais na arte de amar!

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Colapso Humano


Apenas um ser estranho, não obteve resposta
Não havia nada para comprar no supermercado
Andou sozinho, cambaleou pelas prateleiras
Não soube se expressar, se afogou em seu oceano               

Lixo, ridículo, jogou uma torta no próprio rosto
Ela agora irá te perseguir, com seu rosto aterrorizado
Preferia ter te poupado, isso não é do meu feitio
Os seus amores doentios me incomodam

Agora me sinto patético, nunca mais
Por que sou sentimental assim?
Considerado demerecedor de tudo
Cerceio novamente esse sentimento

Não ligo para o que eu disse psicologicamente
Ficou o dito pelo não dito, agora só adormeço
Minha angústia não permite isso acontecer
Sem resposta, sem sentimento, eterna fornalha

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Paisagem Abandonada


Um nobre artista dá inicio a sua obra Magna, um belo quadro. Tal obra refletia uma visão esplêndida de uma incrível paisagem, algo nunca visto... Tão só se fechou pra o mundo, rapidamente cego ficou, e com a escuridão, toda plasticidade acabou... Após dois meses da insistente pintura o artista pausou sua obra, e escreveu três frases soltas:

“As sombras revelam a verdadeira silhueta
Escuridão iluminada por cores distintas
Em busca de um tom misturei a paleta”

No terceiro mês mediante a tal sofrimento, o artista não encontrava uma nova cor para dar continuidade a sua obra de arte. Com isso a paisagem repousava em pura farsa, momento tão grotesco que era nítido que tal ninfa o desgastava, o enganava e o mutilava... Porém seus olhos acreditavam nessa grande obra orquestrada, uma paisagem traçada por belas cores e nobre perspectiva, que enojava tudo e a todos, e claramente confundia até mesmo o nobre artista...
No quarto mês após um profundo desespero, o ultimo lamento é transferido da pintura para o papel rascunhado:

“Clementina, a mais bela das divinas
Nojo em ver tua face efusiva
Teu corpo e alma
Tu és cretina”

Sem mais saber o que aconteceu, a obra de arte não mais existia...

sábado, 2 de junho de 2012

Message - The Dawn A New Is Coming




Álbum de estréia da excelente banda germano-britânica “Message”, lançado em 1972 e que  apresenta uma interessante mistura de Psychedelic/Hard/Krautrock. Vocais inspirados, belas linhas instrumentais, com um resultado criativo e original. Recomendado para os apreciadores de bela música em geral.

- Músicos:


Allan Freeman - Vocais
Gunther Klinger - Bateria
Tom McGuigan - Vocais, woodwinds, synthesizers, Mellotron
Allan Murdoch - Guitarra
Gerhard Schaber - Percussão
Horst Stachelhaus - Baixo
Billy Tabbert - Guitar, Vocais


- Track List:

01 - Changes
02 - The Dawn A New Is Coming
03 - Evil Faith and Charity
04 - Heaven Knows
05 - When I'm Home
06 - Smile (Bonus Track)

- Download em alta qualidade:


http://www.mediafire.com/?vs6q95ztcch7me0

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Prestações da Nobreza



O mendigo era feliz na sua profissão
Um pão honesto, descompromissado
Entreguei em suas mãos

A nota de dólar, elemento essencial desse veneno
Desvaneceu, como parte do meu ser
Saídas fictícias, adormecem em mim

Criando hipóteses e vínculos obrigatórios
Ainda sonhando a felicidade artificial
Surgindo, lutando, me mantenho

Impedimentos patéticos, medos ridículos
Tento atravessar a minha mão
A parede inútil dessa resistência

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Cortesia Atroz


As velhas fortalezas se abrem novamente
Me aceitam, me provocam, me fazem escravo
Acordo em vão, estou vivo, lúcido.

Eu continuo, seguindo através da grama
Os coelhos já não me contam mais piadas
A platéia, tramando, ri do meu escárnio
Ali está o velho, mais que sorridente

A parede de vidro aparece novamente
A ilusão de ótica através do espelho
Contando as lentes enquanto me calo

Apareça, esperto coala, apareça
O grupo de animais foi xingado
Pelo ser que nunca ama

Até tu, foca, que me provoca
Coça minhas costas, por favor
Reconheça que foi embora

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Sentimentos em Sentinela


Uma vez me perguntaram:

 - Qual é o pior sentimento que existe?

 - A culpa.

- Por quê?

 - Este, definitivamente, é o pior sentimento que existe.

- Quanto à raiva, o ódio, o rancor, estes não lhes parece muito piores?

- Não, a raiva não dura muito tempo, é extravasada rapidamente, talvez no próprio ato de sentir a raiva. O ódio é uma raiva transformada em sentimento, mas que se enfraquece e não dura a longo prazo. O rancor é uma tentativa de empacotar esses dois últimos sentimentos e guardá-los numa caixa, mas num lugar onde não há espaço para isso e acaba se tornando insuportável.

- E quanto à inveja, o ciúme, a vaidade?

- A inveja, tão mal vista e condenada, mesmo ela consegue ter alguma função, podendo até se tornar um objetivo de vida, a razão de viver de uma pessoa. O ciúme, tão doentio e absurdo que possa ser, mesmo ele carrega algum charme. A vaidade parece mais um desejo de agradar quem nunca se importa com isso, do que propriamente um sentimento.

- Então, por que a culpa?

- Porque ela sim, a culpa consegue se encaixar de forma perfeita à alma de um indivíduo, permanecendo agregada a sua existência, acompanhando-o a todo tempo e lugar, como um fardo, pesado ou leve, mas sempre ...  um fardo. Ainda que adormecida, ela estará sempre guardada em algum lugar na sua consciência, pronta para despertar e dar suas risadas incessantes, desdenhando da existência de quem a carrega.




domingo, 13 de maio de 2012

Sem Som


Cara de cara sem cara
Nada em nada no nada
Sem sempre é o sempre
Bate martelo, pole roda
Afie esta lâmina,
corta!

Vem o vento,
Volta a brisa
Amasse para descartar
Sem alento, sem tempo
É, amar não faz ar

Cadê a brasa?
Debaixo dessa cinza,
será que ainda há chama?
Ache uma caixa,
se tiver um, é só batucar.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Prurido


Às vezes escrever não presta para o que quero derreter
Gostaria de rabiscar impudor, de colorir com lápis furta-cor
De alguma forma dar forma a esta forma que não se forma

Mas na verdade, isto é apenas um recurso, uma graça
Eu nem escrevo mais, apenas bato e martelo na carta
Leve ou forte, tanto faz, a fonte está fora, está na tela
Tudo está mediado e tento aqui ser aquilo que sei lá
Aquilo que no momento não vem e até vem, mas se freia
E depois vira importuno companheiro até o próximo olá

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Reflexões de outrora


"Acredito que o  grande desafio para o ser humano é conseguir desvincular a sua felicidade a algo concreto, físico, palpável, e como isso parece ser difícil. A maior parte do tempo todo parece que estamos cercados de pessoas e coisas dispostas a nos ensinar o que é e como é ser feliz. Acho isso uma bobagem, talvez  a maior de todas. A lição que podemos tirar da vida é encontrar a  felicidade dentro de nós mesmos, a nossa própria felicidade. Ser feliz apesar de tudo, ou ainda que tenhamos tudo.

Sinto saudade de outros tempos, quando a felicidade parecia não se confundir com os lampejos de alegria que sinto hoje, mas não posso mais esperar o grande dia, quando tudo promete ser belo e maravilhoso, porque esse dia talvez não virá, ilusão esperar isso.

Quero um dia voltar a ter fé e esperança no ser humano e em tudo o que me cerca. Tenho minhas obrigações, tenho meus projetos, mas eles não são o que sou. Eu não sou os meus projetos, sou um ser humano, buscando ”apenas” ... ser feliz.

Acredito que com os meus amigos, mas só com os verdadeiros (por isso amigos), consigo alcançar o que chamo de felicidade. Perto da natureza também, ela tem uma grande magia. Vislumbro o dia em que eu consiga ter o maior desapego possível, a máxima desvinculação das eternas e ingratas mesquinharias, que tanto incomodam e trazem a infelicidade.

Por hora me sinto feliz hoje, que seja apenas por alguns momentos, pois são somente neles que me lembro que ainda estou vivo, e o quanto a vida é grotesta e bela, ao mesmo tempo e de forma surpreendente."

sábado, 5 de maio de 2012

Visita


Ei pequeno, ei pequeno
Vamos, abra os olhos
A menina não para de girar
Baila num torpor infinito
Nem uma gota do copo escapa
Aceite pequeno, é hora de acordar

Ande! Não perca tempo
Isso não tem reposição
Temos muito o que ver
Muita coisa para sua torta compreensão

E este olhar assustado?
Eu entendo, minha aparência não é agradável
Mas disso iremos falar
Sobre sua falsa percepção e tudo mais
Não tenhas medo, entenda a paralaxe,
conhecerás a escolha, pequeno
Nas trevas aprende-se a ver além do reflexo

Ah...

Esse vento súbito... cheiro de titica...
Eles estão perto
Bem, fique com seu dia, continuaremos em outro momento.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Papel Rasurado, Ato IV


Sem perceber sinto uma lágrima escorrendo em meu rosto.  Observo que tudo está congelado, toda natureza degustando o sofrimento de tal gotícula. Mais dez segundos se passam, uma dor inexplicável derruba as paredes da represa do choro. Cada lágrima um pensamento, cada pensamento uma dor, cada dor um sentimento e cada sentimento um descontentamento.

Não entendendo tal acontecimento, fecho os olhos. Um filme cinzento amedronta a mente perdida em várias imagens. A melhor imagem pertence a bela Estranha, que sem saber, atormenta todo horizonte a ser construído. Energia esgotada com tamanha paixão. Equivocado talvez não, pois há uma convicção nisso tudo. Convicção em dizer, liberte-se desse nó, abandone tal ninho, e venha comigo vivenciar verdadeiramente o horizonte.

Não sou uma ave, não sou o Outro e muito menos o dono da verdade. Me resta ser eu mesmo. TENSO!!! Percebo rapidamente que o texto perdeu o sentido...  decido encerrar com um pequeno poema angustiado:

Queria agora estar ao seu lado
Compartilhar toda maravilha do amor
Sendo conscientemente teu vassalo
E desta forma, destilar toda dor

Dor de não ter você...
Dor de você pertencer a outro
Dor de nunca saber
O mel esplêndido de seu corpo.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Passeio


Mais uma vez, cá estou a sentir
A fria brisa que ele me tomou
Escapo esta noite da praga do calor
Oculto minhas asas com a amizade do ocaso
Admiro a Negra Terra em sua suntuosidade

Não vigio mais a encruzilhada
Não há nada mais lá para mim
Suas aves deformadas passam os olhos em tudo
Patifes pálidos e submissos
Estúpidos enfeites de campas e ataúdes

As sombras são o bem necessário
Sob elas caminho, sob suas leis o engano

O medo constante me acompanha
Mas não lhe dou atenção, ignoro-o
Zombo dele, de sua impotência ante a malícia
A sabedoria de quem conhece e aceita
Os caídos e rejeitados
Os antes filhos agora julgados e condenados
Pelo arbítrio de um ciumento velhaco

A melodia silencia meus pensamentos
Opera sob o que restou, me acalma
Me faz lembrar que é necessário descer novamente,
mas o tempo de realizar minha tarefa se aproxima
Me erguerei mais uma vez e todas as sobras serão contadas


terça-feira, 1 de maio de 2012

Logo ali


O velho abre os olhos
Mais uma quase manhã
Ainda é cedo, apesar de...
Ele então fecha os olhos
Oito minutos se passam
Olhos abertos novamente
O cansaço é maior
Não foi a melhor decisão,
como todas as outras, é verdade

A mão direita vasculha o ar
Encontra a gaveteira,
O maço e o isqueiro,
O velho amigo para acordar
O companheiro da noite, do dia
da estrada, da beirada, do horror
Melhor não pensar, já não vale mais

Uma canção a tocar,
notas dividem o ar com a fumaça
O que está feito é concreto
O que seria nunca será

Hora de levantar, é necessário tentar
Mais um dia a ler sem sonhar
Mais um dia a viver sem nada amar

Papel Rasurado, Ato III

A chuva transparece toda tristeza
Cada lágrima machuca o pensamento
Nesse cenário guiado por vileza
Inflando em demasia todo sentimento

Um nobre homem já dizia
Ser ou não ser, eis a questão
Não sou e nem serei, só me resta ironia
A dor de saber que ela tem outra paixão

A estranha me visita com muita clareza
Seja vivendo, dormindo e sonhando
Mas se a outro ela entregaste toda pureza
Pensamentos enfadonhos agora torturando

Não vejo mais a saída e nem o caminho
Tempestuoso pensamento entrelaçado
A vergonha do pífio sentimento em carinho
Escrito novamente no papel rasurado

Ah! Ainda me resta uma estrofe perdida
Sem mais delongas, a Estranha não será revelada
É nítido que toda pureza não pode ser dividida
Aguardando o momento para que seja amada.

domingo, 29 de abril de 2012

Ambientação


O aroma era especial
Nobres grãos transbordavam cor e sabor
Um calor sem igual
Aquela fumaça desenhava amor e pavor

A cada gole, mais energia
Era vida, era minha bebida
Vida que de preto se vestia
Era ela quem me aquecia

Num momento, entretanto
Minha atenção se desviou
O papel era agora santo
Sem ver, tudo se esfriou

Papel Rasurado, Ato II


Aprisionado o pássaro canta só
A sombra não permite voar
Aqueles ares aparentam ter um nó
A dor de quem não pode amar

As cores da natureza aos olhos da ave
Florescem uma fonte de pura energia
Desfazendo o nó quem sabe
Ao bater as asas encontre a vida

Não só a vida, mas a vida além do ninho
Voando por aquele céu distante
Não só vivendo, mas compartilhando carinho
Toda paixão desenhada no horizonte

Papel em branco, Ato XXIII


Há piedade na noite
Noite companheira do sono
Sono que leva a sério o devaneio
O que não é pode ser em sonhos

Penso em escrever na folha em branco,
em uma ligação grafitar este caderno
Mas essa era a ideia de uma hora atrás,
A mesma ideia desde que acordado

Não vou rasurar, melhor não escrever,
Não deixar relevo a ser identificado
Transparecer na opacidade, ser estoico,
Ser cínico... isso, este é o meu fado

sábado, 28 de abril de 2012

Papel Rasurado, Ato I


A noite recai como raios impiedosos
Mais uma vez o devaneio me acompanha
Solidão mutilada em destroços
Pensamentos perdidos por uma estranha

Doce sabor ao respirar a vileza
Cinzas em nuvens purificam o ar
Desejo incrível de terminar a surpresa
Sentimento explosivo e contido de amar

Novamente me torno um vassalo sem sentido
Sabendo que o curso até a foz anda errado
O erro mais uma vez repetido
Escrito novamente em um papel rasurado

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

03/02/2012


Mediocridade, futilidade, imbecilidade... Palavras que podem resumir atos infantis de quando não se enxerga a vida, de quando se passa por anos e anos buscando um vazio para preencher a pífia vida construída em farsa. É triste em ver o patético comportamento social, a hipocrisia que não cabe nas próprias palavras, nos atos e nos pensamentos. Uma ordem geral que prega pelo bem estar, por coisas positivas, fraternidade e unidade. Mas na verdade, o que vemos é um aglomerado fétido que pretende engolir o mais fraco, a presa mais próxima, destruindo o verdadeiro bem, desvirtuando tudo que é possível, principalmente as amizades. Com isso, suga e alimenta aquilo que não vale mais a pena ter, sem qualquer pudor, aniquila os sentimentos daqueles que verdadeiramente valem a pena conviver.

Mas, como um bom escravo, o individuo mesquinho precisa participar desse corporativismo barato, essa rede de intrigas e pseudoajuda dissimulada, edificando uma podridão sem fim, pois, quando toda energia é sugada, outra presa é caçada...