segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Abismo Impávido


Sou estereótipo inverso de mim mesmo
A reconstrução errônea desse parâmetro
A busca por alternativas de existência

Reinventando situações já vividas
A atuação retorna ao passado
O seu sorriso já não me diz nada

Tento entender a minha ambição
Mas me afogo nas minhas decisões
Adormeço sobre esse mar de velas

O espaço vazio se dissolve em sentimentos
Procurando afastar as convicções alheias
Mas a espera relutante nunca se encerra

domingo, 19 de agosto de 2012

Cachoeira de Rozan, ato I


Não procure em outra pessoa aquilo que você não tem, Não busque na outra pessoa suas necessidades mesquinhas e enfadonhas, Não pense que outro irá resolver seus problemas, pois o Relacionamento é uma matemática bilateral....

Pense antes de se entregar a outra pessoa, pense antes de falar, Não Pense antes de andar, talvez pense onde irá pisar e claro e mais importante: pense antes de amar...Mas se amar, deixe de pensar... Pense no que queira, mas não pense no que será.

Seja completo consigo mesmo... Ser é não ter, para viver não faz necessário ter algo ou outrem, mas sim apenas você.

E claro, não se desespere, sempre tem alguém querendo brincar na festa da sua vida.

Viva a verdadeira vida de todas, a sua vida!

domingo, 12 de agosto de 2012

Compêndio de sacadas sacais

De que me serve o amor se não amar?
Um espaço livre para guardar este vazio
Não posso pisar se não há chão
É na pele que se traça o arranhão
Açúcar de ontem não tira amargo de hoje
A ilusão não precisa de disfarce
Então, sirvo-me do grotesco.
Bebo o sólido cubo como vinho
Chego ao que é virtude
Não aqui; não se existe mais
Sim ali; pois se existe menos

sábado, 11 de agosto de 2012

Pela ponta errada


Conjuntos de blocos cinzentos
Seu falso verde não me engana
Até na beleza és pétrea e morta
És trabalho inacabado, apenas planta
Seu fim era, seu agora é
A única verdade é sua aspereza
Teu seco que corta sem pena
Que me tira as lágrimas
Que me dá as rachaduras
Mas não ache que lhe queiras molhada
A chuva só é boa a dois
E este é longe de ser o caso

Na verdade o caso não é esse mesmo
Se lhe culpo é porque perdi a conexão
Porque meu pensamento se desprendeu
Matéria e sensibilidade estão guardadas
Assim o real não é aquilo que é
Ou talvez não pareça o que é
E o tempo é manifestação de meu coração
E este não mais sente o que acontece
Apenas o que penso dos blocos
E aí, até um reflexo óptico é relativo
Assim como um conceito tem vida e morte
E a atmosfera  não me tem piedade

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Encontro Ludibriante


Espectros em mim, a sabedoria externa
O castelo se afoga em coisas tão simples
Em outra dimensão ela enxerga o pote

O saco plástico se transforma num cachorro
A menina do bambolê já não me olha mais
Rabisco o céu com as estrelas do meu sapato

Os raios de sol me atravessam em flores
Chegam até mim e me desfazem em plumas
Subo no meu cadarço, enxergo o horizonte
Volto ao lugar onde eu nunca mais estive

Minhas mãos estão repletas de sangue
Desfaço minhas teorias sobre a solidão
Acordo nessa ilha deserta e irracional
Foi apenas um lampejo de realidade

sábado, 4 de agosto de 2012

Mel das Pétalas


Espantado fiquei! Como pode existir tal paisagem?
Aquela que faz água mole sair da pedra dura
Explorando cada centímetro das montanhas curvilíneas
Inalando o doce cheiro dos cachos dourados
Contemplando todo o prazer em pura carne macia
No meio de duas pétalas entre abertas
A minha língua saboreia a mais prazerosa das fontes...

Saboreio diversas vezes o mel que escorre do ventre
Baunilha rústica, Taninos suaves, paladar agridoce
Movimento uniforme aquece, e com calor mais sabor
Saboroso riacho feito de um melaço sem igual. Ah! Como é esplêndido!
Involuntariamente sussurros e gemidos silenciam o local
Nada na vida é melhor que pétalas meladas do puro mel
Onde poucas abelhas poderão repousar teu favo

Aperto, tapas e mordidas nas montanhas curvilíneas
Experimentar a maciez do belo par de glúteos
Respirar cada centímetro de tal formosura sem medo
Por fim, lambuzar-se do local onde alimenta o herdeiro
Seios! Oh, nada mais lindo que saltitantes fartos seios!

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Lontra Errante


Ela disse que não alcançava mais
Aquela plantação inesperada
Soube que não mais dissera
O que nunca esteve por vir

Ela mora na cobertura dos meus sonhos
Em frentre às cartas da absolvição
Parada em frente ao obstáculo verde
Ela trouxe os livros de quem eu dizia

O ser cansado foi de encontro ao estorvo
Lá, onde o pássaro nunca dorme
Não há mais lugar para o feiticeiro

A mulher lamentou a mediocridade
Daqueles seres e suas pragas
O garçom conseguiu equilibrar o prato