segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

[Sociedade] Eternidade de um dia _ Parte II


Respirar a leve fumaça do mais puro café, é a energia inesgotável que revitaliza a alma. Observo nos movimentos da fumaça bem como seus movimentos dentro da xícara,me fascina, mas com toda fascinação vem a serenidade, e serenidade vem o equilibro, com equilíbrio vejo o abismo da solidão.

Mais uma vez o tempo venceu, planejamentos furados, projetos rasgados, tudo almejado instantaneamente se torna um imenso vazio sem fim. Agora estou eu reclamar e meu café a esfriar. Carência, solidão, fracasso e demais palavras que seriam bem vindas nesse momento imundo. Não tão imundo, o café não tem culpa de nada, aliás, ele é uma das poucas cores que se salvam nessa tela cinzenta onde passa o filme da minha vida.

O dia mal começou, e tudo se repete, é um peso que nunca se alivia, apenas aumenta, pesando e inchando minha mente. Soluções rápidas tornam-se obsessão, novamente os erros sendo cometidos. Fracassar, ser rejeitado, se auto excluir, ou apenas sumir do mundo e virar cinzas. Para esse dilema, tomarei mais uma dose de café.

Sabor quente que queima a boca, prazer intangível, imensurável e imperceptível. Para demarcar o vazio, devemos de preencher com algo que seja positivo, que edifique, que seja consolidado no curto intervalo de tempo que temos para viver.

O calor do café me lembra de seguidos fracassos da vida. Uma lágrima a esfriar seu puro sabor, um sorriso amargo e um olhar distante. Não sei mais quem sou, só sei que sou o que eu mesmo criei. Uma criação fora de controle, com total ausência de de cores, ou então, uma criação que têm todas as cores, mas nenhuma delas chega a ser verdadeira...

domingo, 12 de dezembro de 2010

[Sociedade] Eternidade de um dia _ Parte I


Ao acordar começo a sonhar , o olhar sempre para o mesmo Lugar, é assim que sempre acordo. O sono traz vida, dormir é viver a vida mais pura de todas, a vida dos sonhos.

A vida traz sonhos, e assim sonhamos. Desejos se realizam, tudo é tão fácil e bonito. Fantasiar e fugir da realidade, viver no próprio mundo. Em um estalo de dedos, a casa cai, a Melancolia volta a escorrer do sangue, nem eu mesmo me suporto, mas o meu mundo sou eu que faço e quem participa acaba se perdendo. Todo esse jogo faz com que a serenidade seja distante, seria mais fácil viver no doloroso simples cheiro da vida, mas sempre escolho me esconder nas cores mais belas da fantasia.

Os sonhos alimentam a vida, mas a vida se distancia dos sonhos, cada vez mais... a mente perdida cava buracos no cérebro para encontrar a porta da vida real. As cores são tão reluzentes que fazem tudo parecer claro e alegre. Ao fechar os olhos, por um segundo, e equilibrar tudo, nada de fantasias, apenas a realidade do vazio, a mente fica espantada com tamanha escuridão. Seria uma boa hora de deixar a realidade iluminar isso tudo, mas aquelas cores são tão simpáticas comigo.